terça-feira, 17 de novembro de 2009

VINHO VELHO EM ODRES NOVOS E A CANÇÃO GOSPEL

Lucas 5. 36: “Propôs-lhes também esta comparação: Ninguém rasga um pedaço de roupa nova para remendar uma roupa velha, porque assim estragaria uma roupa nova. Além disso, o remendo novo não assentaria bem na roupa velha.

Lucas 5. 37: “e ninguém coloca vinho novo em odres velhos; de outra sorte, o vinho novo romperá os odres e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão”;

Lucas 5. 38: “mas o vinho novo deve ser posto em odres novos, e ambos juntamente se conservarão”;

Lucas 5. 39: “e ninguém, tendo bebido o velho, quer logo o novo, pois diz: melhor é o velho.”


A expressão vinho novo em odres velhos, neste caso, pode ser associada à música gospel e interpretada de maneiras diferentes. Por um lado, a poética evangélica pode ser considerada vinho novo a se introjetar em mídias que ela não conhecia bem, como a TV, a radiodifusão, a indústria publicitária, e também a gêneros musicais como o heavy metal como o hip hop, que não são gêneros que se associam por tradição à esta poética, entendidos então como odres velhos a receber do vinho novo, como invólucros e suportes de algo que não costumava ser inserido ali.

De outra forma, a poética cristã evangélica tem muito pouco de novo, já que se fundamenta na mensagem atribuída a Jesus de Nazaré, o Cristo, há presumíveis 2000 anos, em média, baseada na tradição oral e posteriormente escrita em pergaminhos, e só depois acessibilizada a uma maior massa de indivíduos quando da invenção da imprensa móvel. Assim, esta poética se torna bastante tradicional e conhecida em todo o mundo, especialmente no ocidental e ocidentalizado. Visto desta perspectiva, gêneros musicais como os referidos, e outros, como o reggae e o rock n´ roll são muitíssimo mais recentes. De modo semelhante, mídias como as tele e radiodifusoras e o ciberespaço, com seus diversos suportes (computadores, aparelhos de rádio e tevê, CDs, DVDs, etc), são odres bem mais recentes que a poética ou conteúdo recebido. Assim, o fenômeno pode ser visto como vinho velho em odres novos.

De toda maneira, pode haver uma estranheza em relação à associação entre estes suportes e gêneros musicais e a mensagemgospel(entendido como gênero literário e não musical). Com certeza muitas pessoas são edificadas através de shows, cds, dvds, rádios...

Mas: até que ponto convém tanto espetáculo? Não seria melhor se tudo fosse mais simples e democratizado? Sem idolatria, sem hierarquia, sem líderes que incitam a pular daqui prá cá, repetir isto ou aquilo? Sem palcos-altares, enfim... só nós, de modo horizontalizado... nos verticalizando em direção a DEUS? Mas, as pessoas estão preparadas prá uma simplicidade destas? De toda maneira, que sejamos odres novos e preparados para receber do vinho bom de Deus.


Pense nisto. Amor (d)e graça prá vc.

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